27 de abr. de 2010

Operária

Em tua cútis,
o que aveluda?
O que muda tonalidades?
O pó não é de arroz,
é de ferro.
Restos de produção,
fina camada maquiada
de cansaço.

Em tua carne operária
despida de ferramentas
é fim de turno.

Em tua boca
sorvo o sono
e o café.

Mordo o músculo
laboral.
O lábio.
Tua tão prima matéria.
Teu insumo.

Engrenamos
entre fluidos lubrificantes.

E o que se produz
neste instante
é inalienável.