O que dar ao poema
que acorda?
Eu
de leite.
Um resquício
de madrugada sonhada
insiste.
Derrete no pão.
Aroma fresco
nos poros do filtro
coando
destilando flores.
Colho o trigo,
reconheço
a estação, a safra
salivando o açúcar.
A fome matinal
do poema
cede
sabe.
É cedo ainda.