Que se faça silêncio na sala
para que Marcília
pinte os cílios.
Minuciosa. Ensimesmada.
Se Marcília,
serena e sádica,
pinta os cílios desapressada,
se as pálpebras
assombradas e sombreadas
piscam
e, desacelerados,
os cílios curvilíneos
em revoada
abrem ventos e pausas no tempo...
apenas faça silêncio.
Nenhum som se emita
se os lábios entreabertos
se vestem de tons cerejais.
Se o espelho
é insuficiente
para a síntese pessegal
da face de Marcília,
só disfarce e observe a simetria.
Mas faça silêncio
para que os cílios de Marcília
não alcem vôo.
13 de ago. de 2010
11 de ago. de 2010
No Enquanto
Beatriz presa
na geografia quântica
do Enquanto.
O corpo paira
no espaço-tempo.
Beatriz presa no purgatório.
Beatriz no mar,
cúmplice do sal.
Permitiu que o vento se esvaísse
na fresta entre dunas.
Mas não.
Beatriz não fica em banho maria.
Ela ferve ou congela
ao menor toque.
Beatriz não ameniza.
Alquímica e empírica,
ela cura a seu modo as feridas.
É dessas que passeia na chuva
e só bebe o que for intenso.
Beatriz condensa.
Eutanásica,
recusa o coma, a sobrevida.
Rejeita médias aritméticas,
meios termos.
Beatriz
presa no purgatório,
a libido no limbo.
Diabólica, fabulística,
aprende a moral da história.
Recua.
O paraíso não existe.
Beatriz no triz da carne
recusa a prisão.
De dentro do Enquanto, fez-se o pranto
e ela não mais quis.
Mergulhou
tão abissal
no verso.
Nunca mais voltou.
Desenquantou-se.
na geografia quântica
do Enquanto.
O corpo paira
no espaço-tempo.
Beatriz presa no purgatório.
Beatriz no mar,
cúmplice do sal.
Permitiu que o vento se esvaísse
na fresta entre dunas.
Mas não.
Beatriz não fica em banho maria.
Ela ferve ou congela
ao menor toque.
Beatriz não ameniza.
Alquímica e empírica,
ela cura a seu modo as feridas.
É dessas que passeia na chuva
e só bebe o que for intenso.
Beatriz condensa.
Eutanásica,
recusa o coma, a sobrevida.
Rejeita médias aritméticas,
meios termos.
Beatriz
presa no purgatório,
a libido no limbo.
Diabólica, fabulística,
aprende a moral da história.
Recua.
O paraíso não existe.
Beatriz no triz da carne
recusa a prisão.
De dentro do Enquanto, fez-se o pranto
e ela não mais quis.
Mergulhou
tão abissal
no verso.
Nunca mais voltou.
Desenquantou-se.
Assinar:
Postagens (Atom)