4 de mar. de 2009

Poemáquina

asdfg hjklç asdfg hjklç

tec tec tec

nos dedos gregos dactilos
meus estilos
tipos grafam
tipos gritam

violenta tecla bate
tec tec
te cortando
alavanca a saltitante letra
carimbando folha branca
tec tinta tec tinta
e troca a fita
e apita
o fim de linha

se saltitantes as letras
pousam uma a uma
lino típicas
utópicas
dançarinas

se sangram grafias
fiam linhas
esses tipos
atípicos

se sustenido
o teclado
(maiu)oscula os tipos altos

eu tipifico um verso torto
atemporal
datilográfico
pterodáctilo
(vindo voando
de tempos idos)

os tipos mudam...

e eu sempre
esta máquina
de escreverso

20 comentários:

Anônimo disse...

escreversos
teus magníficos
poetiza de quarta
teu dia
versifica
meus olhos
atentos.

Cosmunicando disse...

simplesmente demais!

J.F. de Souza disse...

Poemao

rabiscos
garranchos
e naos

cisc o z appa disse...

plact
plact
plact
palmas

engraçado
mas não esqueço as garatujas
deste
escreverso

gostei muito!

Anônimo disse...

e nós agradecemos
tuas saltitantes letras
dançarinas
pincelando nossos momentos.

Ariane Rodrigues disse...

me lembrou uma frase do Quintana que dizia:
"como pode ser íntima uma carta escrita à máquina?"
Penso aqui também no teu poema, vendo teu trabalho tão bem feito e me questiono se também a emoção salta do labor transcendendo
a tecla...
Abraço, moça das palavras fluentes.

Anônimo disse...

Maravilhoso teu lirismo onomatopéico!

Adrianna Coelho disse...


"e eu sempre
esta máquina
de escreverso"


e eu sempre olhos de admiração!

demais!

beijos, yara

Natália Nunes disse...

oi, querida!

muito obrigada por acompanhar a minha produção, fico muito contente, muito mesmo :D


seja sempre bem-vinda ao meu novo espaço.


beijão!

Jaya Magalhães disse...

Você sempre
escreversando.

E eu, lendo.
Me borrando.

Que não se apague.

Beijo, Yara.

Clarice Carvalho disse...

Que a sua máquina continue fazendo os tecs desses textos.

Adoro a sua sinestesia e a sutileza de determinados trocadilhos.

leila saads disse...

Mudamos também, mas alguns vícios permancem...
Gostei do ritmo do poema, Yara!
Estava meio no escuro mesmo, agora voltei à luz!
Beijos!

Paulo D'Auria disse...

"e eu sempre
esta máquina
de escreverso"

Olá, Yara!
Vim agradecer pelos comentários deixados em Poetas do Tietê, mas vou surpreendido pela qualidade de teus versos!

Parabéns!
Beijos,
Paulo

Salve Jorge disse...

Só sai
Se sobressai
Versografia
Ver só
Lá fia
Sofia
E sua trupe
Torpe
Tipografia
Tipos
E tripas
Em tiras
Tanta tinta
A cada tentativa
Deriva
E viva máquina
Verteria...

Thiago disse...

se eu bem entendi...as coisas mesmo tendem a mudar, mas a essência nunca muda ;)

Valentina disse...

ADOREI!
Teu espaço é uma delícia.
Pareabéns.
Bjs

Fred Matos disse...

"se sangram grafias
fiam linhas
esses tipos
atípicos"


Ótimo. Muito bom, mesmo.
Beijo

Anônimo disse...

é tanto Tac, tec, tec, tum.
esse negócio de poesia.
não gosto de máquina de escreverso.
prefiro caligrafia.

ideiassantanianas disse...

[palavrões]!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
.
Fascinei.

Renata (impermeável a) disse...

nossssssssaaa...

que belo poema!!!!

fofinho e envolvente...