Gosto da poesia
que nasce na casca do pão,
que rompe esparramando
migalhas de aroma na mesa
antes mesmo de nascer o sol.
Gosto da poesia guardanápica,
de gosto alcoólico,
soluçada no bar.
O verso exalado das camas,
nas cores vivas das vulvas.
Poesia pornodatilográfica:
filha das Olivettis.
Gosto da poesia que salta
dos calos dos dedos,
rascunhada no papel sujo
de suor e graxa.
Poesia que dói
as sedes humanas.
A poesia que nasce
suja de líquido amniótico,
que grita o parto,
que escandaliza.
Isso sim, é poesia concreta.
9 comentários:
as paredes ressoam
os nossos ais
é concreto
vivo
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Lindo, Yara qrida! =D
=*
rs
fecho de nó em arame na veia do que se pensa armado. e concreto.
(afinal, concreto é o que me cabe nas mãos, e não sossega!
o que dizer?
eu tb gosto.
Lindo, à propósito.
A
b
a
i
x
o
os concretistas!!!
Em poema recente eu falo algo sobre "palavras concretas". Feliz coincidência.
Bjs,
REMO.
Poesia que doi/as sedes humanas é a poesia parida no útero da Humanidade.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa,26/07/2010
etpluribusepitaphius.blogspot.com
Lindo poema!
Linda concepção da poesia!
bjs.
essa sim é poesia que incendeia o país.
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