23 de nov. de 2010

Eu cedo

O que dar ao poema
que acorda?

Eu
de leite.
Um resquício
de madrugada sonhada
insiste.
Derrete no pão.

Aroma fresco
nos poros do filtro
coando
destilando flores.

Colho o trigo,
reconheço
a estação, a safra
salivando o açúcar.

A fome matinal
do poema
cede
sabe.

É cedo ainda.

8 comentários:

Raoni Moura e Carolina Abed disse...

Divina!! Convidarei meus próximos poemas a um café da manhã comigo. Amei a ideia

AC disse...

Poesia ao mais alto nível...
Parabéns!

Beijo :)

Grã disse...

O que dar ao poema que é corda? caçamba!


De tantos lindos, este talvez seja o mais.

Lee disse...

A saliva
derrete o pão
matinal
aroma fresco
destilado em flores...

Anderson Meireles disse...

Lindo! Sempre será "cedo ainda" enquanto houver mais poesias jorrando dessa fonte aqui.
Abraço!

Cel Bentin disse...

passando quase tarde pra falar que ficou com cara de cedinho de sol gostoso o leiaute. bela pegada pra ornar assim, com cedo. e peço: continua a fazer a hora passar mansinho e voando de palavra à boca das mãos! delícia de refeição o teu brinquedo.

Pedro Du Bois disse...

Com certeza, Yara, o poema é sempre presente. Grato pelo poema. Abraços, Pedro.

J.F. de Souza disse...

por nos deixar esse sabor de manhã na memória...
por nos ceder esse poema tão agradável...

...eu agradeço. =)


[Mas vc tá cada vez melhor, mulher!!!] =D


=*